segunda-feira, 6 de junho de 2016

Free pass

Pra quem já andou tanto, ela não assumia, mas ainda tinha receio do trajeto. Não era medo do novo, sabe?
 É que a menina era tão imensa que dentro de si não se cabia, era tão intensa que te toda sua energia não se valia.
Ainda não aceitava muito bem divisões, muito menos limites... na verdade sobre limites não curtia nem os geográficos - pretendia, em breve, ultrapassá-los também.

                                            "[...] Yes, there are two paths you can go by
                                                     But in the long run
                                                     There's still time to change the road you're on..."

Será que seu caminho é de se andar sozinha?
- Às vezes ela crê que sim,
Mas diante de sua presunção e frieza, sinceridade e leveza, astrologica/filosofica/ e antropologicamente sempre há alguém ousado a espera dela.
A menina,  no entanto, não se compromete com a espera, nem de outrem, nem sequer  com a dela.
Há quem diga que a espera é só uma quebra no tempo, um treinamento pra o acaso, pra comprovar que todos o cálculos, análises e probabilidades, no fundo, no fundo, se rendem sempre a vontade dela.

                                            "[...] When I'm on my way,
                                                      when I see, when I see the way, you stay..."



-NayaraAlexandra

domingo, 8 de maio de 2016

Um pouco tudo.

Depois de passar tanto tempo procurando tanto nos outros, a gente acaba criando o hábito de achar que é “um pouco”: que é um pouco sofrido demais, que é um pouco triste demais, que é um pouco mal amado demais.
Aí, você gasta uma quantidade de energia e tempo consideráveis pra visualizar em outro ser humano, que muitas vezes é até “um pouco” mais que você, mas que parece responder a todos as interrogações dentro da sua cabeça.
Aí começa o caos. Primeiro: quem foi que disse que uma coisa que incomoda por dentro vai ser respondida de fora? Segundo: Ninguém nunca vai ser capaz de responder sobre algo que não lhe pertence, que não conhece.
Mas podemos pensar: “Não, sei de alguém que me conhece melhor que a mim mesmo!” Talvez, se você tiver um alter ego em meio às suas múltiplas personalidades, pode ser, mas supondo que não é todo mundo que tem múltiplas personalidades, então, não. Ninguém vai conhecer você melhor que você mesmo.
“Mas véi, eu acho que ainda não me conheço muito bem.”
Ok. E será que um ambiente que já é estranho pra você não seria totalmente inóspito pra alguém mais estranho ainda?

Ela achava que pra ser forte era só ter força,
Se tornou rocha, mas ainda assim, doía.
Ela achava que pra ser forte deveria repelir tudo e a todos,
Se tornou insensível, mas ainda assim, doía.
Ela depois achou que pra ser forte precisava de mais alguém,
Se tornou imã, mas poxa, ainda assim, doía.
Ela finalmente achou que pra ser forte não deveria sentir mais nada!
Mas ainda assim, doía.
Então ela percebeu que realmente era forte,
 quando não precisou mais esconder que doía.


-NayaraAlexandra

domingo, 1 de maio de 2016

Teorema de um nevoeiro.

E olha só, a moça tinha uma dificuldade imensa de questionar seus sentimentos, seus “eus” dentro de si. Mas era inevitável entre conversas com amigos, música boa e algumas doses, que e o amor e outras banalidades sentimentais não viessem à tona:
- Tu acreditas no amor?
- Claro, ele que costuma não acreditar em mim.
- E você faz por onde?
- O que “seria fazer por onde”?
- Sei lá, se doar pra outra pessoa, confiar se comprometer, parecer segura...
- Cara, sinceramente, eu sou muito minha, não sei se tenho estrutura pra me doar demais, eu gosto da sensação de estar em tudo, em todos, e ainda sim no final do dia, ser só eu.
- E você não se sente meio sozinha às vezes?
- (Risos) Claro, mas o preço de estar “acompanhada” é muito alto. Pra que limitar e enjaular meu amor quando eu posso distribuí-lo ao universo? Olhando por esse ângulo eu tenho mais chances e possibilidades de ser amada do que você, meu amigo romântico, devoto do amor “monovalente”.
- É, pode ser. Realmente é uma questão de ângulo. Mas nunca é só você, sabe? Será que dá pra ser avassaladora e levando consigo todos os amores e dores e sair intocada do processo?
- E quem disse que quero sair ilesa? Man, eu quero sentir tudo, todos, todas as cores, todos os gostos. Eu sou tão jovem, é meu momento de querer tudo. Tudo que me é tangível. Quero me tornar parte de tudo e ao mesmo tempo inteira minha, entende?
- Não, não muito. Mas isso não me cabe. É tudo seu mesmo, como você diz. Mas moça, um dia você ainda vai ter que saber: Será que sua felicidade será em porto onde você vai ancorar, ou seu porto, na verdade é em todo e qualquer lugar?

Eles resolveram deixar o assunto minguar, continuaram bebendo e concentrados na música que tocava, não era a hora da moça responder, um dia (ou não) será.
-NayaraAlexandra.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Minha carta de (re)descoberta.

Nossa que aqui parece "um estranho". De tempos que não sacudo a poeira.

E como boa volta, porque não falar do único ser humano responsável pela minha felicidade, realização e tudo mais. Lógico, eu. 


Mas não tem sido tão lógico assim, faz quase um ano que não passeio por aqui e que não passeio por mim mesma. Foram meses de desencontro, de tormenta e tudo mais que aflige os meros mortais.
Mas, como diria Renato, "tenho andado distraída, impaciente e indecisa, ainda estou confusa só que agora é diferente , estou mais tranquila e mais contente".
Bem, a última parte já é otimismo! Mas agora, lembrando de uma palestra que assisti nos últimos dias, lembro que o palestrante fez um comentário bem interessante: ao falar do contexto político nacional ele disse que, ao contrário de muitos, ele não estava triste ou decepcionado com os casos de corrupção que são desmascarados todos os dias, ao contrário, ele sentia que aquilo era revolucionário, pois no nosso país jamais os atos ilícitos foram tão evidenciados e tão punidos como agora, apesar de sempre ocorrerem, e que para ele, isso é o início da nossa mudança. Levando a analogia pra minha vida, nada especial, acho a mesma coisa: nunca tudo foi tão evidenciado, as dores, os amores, os rancores, os pesares, as esperanças, as desconstruções. Nunca precisei me reinventar e começar tudo do zero como nos últimos tempos.  
Bom, o pior, ou melhor, não sei, é que depois de se ver pelo avesso tantas vezes, você tem uma certa dificuldade, um certo "delay" em saber qual seu lado certo (Oh, isso já foi escrito por alguém, só referenciei), em saber onde seu chão é firme ou onde você pode afundar. 
No entanto, parece que esse é o momento mais importante da minha vida, o mais crucial, aquele que eu preciso filtrar tudo que é combustível e tudo que me é sobra. Porque nesses momentos específicos, por mais gente que se tenha ao redor, por mais amor que dê ou receba, no final da noite quando deitamos no travesseiro estamos sozinhos. Não sozinho no sentido solitário da palavra, rsrsrs, mas sozinho no sentido existencial, sozinhos como viemos a esse mundo, sozinho e interligado ao mesmo tempo, com inúmeras ilhas interiores, mas "forçado" a ser continente todo os dias.  
Mas nesses momentos, é só você. É só você que sente, só você que respira, e só você que se escuta. Que lê seus próprios sinais, suas próprias nuances, e percebe que talvez isso de lado não cole muito contigo. Que você talvez não se encaixe nisso do avesso, do direito. Porque a vida não é esse closed arrumadinho que você arquiteta na sua cabeça, que as outras pessoas não podem ser essenciais nos seus planos, mas sim fazer parte deles, que ninguém tem o direito de limitar o que você sente, o que você pensa, o que você é. 
No mais, quando se acorda, a sensação de reinício é inevitável, o desejo de mudança, de reinventamento também. E aquela pergunta ecoando lá no fundo, nas caixinhas que você amarrota no fundo da cabeça pra só mexer quando voltar ao estado solo: " E aí, tá pronta pra isso? E aí, mais um dia, você topa?" E a resposta... bom, tá quase na hora de deitar, então, depois penso nisso! E tenho dito!

sábado, 17 de janeiro de 2015

"...we need is just a little patience."



"Eu disse: mulher, pega leve
as coisas vão ficar bem,

você e eu só temos que ter um pouco de paciência

[...] doçura, não se apresse

pois as luzes estão brilhando.

Você e eu temos aquilo que é necessário para dar certo."


É, não é de hoje que os poetas (isso, Axl é um poeta pra mim, e tenho dito), continuando.. não é de hoje que todo mundo sabe o que tá acontecendo no mundo. Na verdade, com o mundo não, com as pessoas. As pessoas, e volto a enfatizar que eu faço parte disso, não se escutam mais, mal se olham. Não sei bem o motivo, mas voto nessa "fastlização" com a qual somos bombardeados todos os dias. A gente não tem mais saco pra uma conversa de verdade, não. Preferimos gastar nosso tempo fincados na cadeira ou em qualquer lugar próximo a uma tomada,  hipnotizados com as luzinhas dos smartphones, tablets e afins do que com a luz dos olhos de alguém. E o mais hipócrita: esses mesmo aparelhos estão repletos de aplicativos e ferramentas que nos permitem fazer contato um com os outros cada vez de mais longe, mas nenhum "ensina" a contactar quem tá do lado. Isso me inquieta pra c******. Muito mesmo. Como eu disse, eu não sou nenhuma exceção, demorei, mas hoje também sou refém dessas "coisinhas", mas como uma má-maluca, eu tenho consciência disso. Tenho mesmo, queria ser diferente, queria que as pessoas o fossem também, que conseguissem parar uns 30 minutos só pra observar a vida passando, sem pensar em compromissos, em vibração dos grupos, seta azul e tudo mais.. Eu queria que as pessoas tivessem mais paciência, isso mesmo. Se tivessem, não precisariam de tantos artifícios para garantir que sua mensagem foi entregue e que em questão de segundo eles seriam respondidos, elas mandariam mais cartas, teriam aquela ansiedade boa, tipo borboletas na barriga a espera daquela resposta.
Mas não, não temos mais tempo pra isso. Tenho medo, muito medo do futuro das relações humanas. Acho que no futuro bem em breve as pessoas não vão conseguir se relacionar de verdade, não vão mais conseguir sentir... O mais ridículo disso é que a resposta ou saída pra esse pragmatismo todo está bem aqui, ao alcance dos dedos, tipo touchscreen - tá, não resisti rsrs - tá dentro da gente, dentro de cada um. Tudo bem, não sou tão espiritualizada assim, mas aprendi há um tempo que só uma solução de verdade pra tudo nessa vida: O amor. Sério, pode parecer piegas e meio clichê, mas sei que ele é o único sentimento capaz de aproximar as pessoas. Por isso que essas tralhas tecnológicas nos "bitolam" tanto...elas não enviam amor pelo o whatsapp, elas enviam informações, recados, notícias, correntes, qualquer coisa, mas o amor não. Amor só ali, olho no olho, touch com touch. Bom, mas as pessoas precisam por isso nos seus alarmes do celular: Lembrar de amar, pra despertar - ótima palavra nesse contexto - umas 24 vezes por dia. Aí né, quem sabe. E tenho dito. Nayara Alexandra. 


Ps: Segue um clipe de uma música que reflete muito o que ando sentindo, e claro é linda pra caralho!



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Previsão do dia!

Não. Não acredito mesmo.. assim, às vezes quando  leio algo do tipo até acho uma coisa ou outra que fazem sentido, mas logo reflito e chego a conclusão que não passou de uma suposição de alguém que acredita profundamente no quanto os seres humanos são previsíveis.. Aí, ainda os dividem por signos pra poder dar uma diferenciada. Enfim, perdão aos astrólogos e demais pessoas que fazem isso, não tenho nada contra o trabalho de vocês. Realmente não tenho, pois muito provavelmente vocês devem estudar muito e se empenhar em achar todas essas conexões no universo pra chegarem naquelas previsões. Contudo, complicada como eu bem sei que sou, acredito que a vida, o destino e coisas afins são bem mais complexos que isso... que as pessoas mudam seu destino todo dia, a partir do momento que escolhem a cor da camiseta que vão usar pra ir pra faculdade, o lado que vão andar na rua, o jeito que ajeitam o cabelo e tudo mais que se pode escolher nessa vida. Não, também não acredito em coincidências, acredito que as coisas acontecem porque tinham de acontecer, simples assim. No fundo eu até acredito que todos nós temos um propósito, uma missão digamos assim, sério, acredito mesmo, mas acho que isso é definido todos os dias, todos os dias construímos ( ou desconstruímos) o trajeto pra alcançar tal coisa. Sinceramente, sei que posso estar errada, mas prefiro seguir acreditando nisso, seguir acreditante na ilusão ( ou não) de que eu tenho controle das coisas, que eu sou arquiteta, engenheira e mestre de obras do meu destino.  E tenho dito. 
Nayara Alexandra!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Try again!


Bom, acho que dei todo meu corpo a torcer e finalmente decidi escrever aqui novamente. Tem sido bastante complicado, já que agora as pessoas se prendem ainda mais a coisas "fasts", imediatas, e até eu penso duas vezes em digitar um site de um blog e lê-lo, mas enfim. Voltar escrever por meio desse instrumento faz parte de uma das minhas metas interiores de retomar coisas que outrora me deram prazer e eu acabei negligenciando por falta de tempo, outras delas são tomar meus bons drinks, sair pelada pela rua ( risos), ok, ok, essas duas últimas são brincadeira.
Enfim, queria dizer que voltei uma pessoa melhor, mais madura, mais completa e decida de tudo que preciso fazer na minha vida. Mas não sou de mentir assim, "em público" e à toa. Na verdade verdadeira, hoje em dia sou uma mulher ( é, pasmem, eu ainda estranho, mas às vezes consigo me definir como mulher e deixo o esteriótipo de menina de lado, quando convém) bem mais cansada, com alguns % de gorduras no meu corpo que gostam de ficar especialmente na meu abdome, resultado do meu processo de profundo sedentarismo que a falta de tempo gerou - outra meta é retomar as atividades físicas ( estou conseguindo, de pouquinho em pouquinho, pouquinho mesmo "/). Também tenho um nível de estresse considerável atualmente, graças a tudo dito lá em cima aliado aos percalços diários da minha relações. Hum, palavra mágica, amor... Isso também mudou um pouco: apesar de tudo, ainda sou fiel devota dessa "religião", ainda sou a mesma pessoa que crê que só o amor pra salvar o que resta de humanidade nesse mundo, e em mim. No mais, tenho horas de sono a menos, obrigações acadêmicas a mais e coisas afins. Entretanto, mantenho coisas inalteradas, inertes, exatamente como sempre ( tá bem, sempre sempre não, um dia falo dos dias difíceis, mas tô aqui)
foram em mim: A vontade de ser melhor, de olhar pra toda m****( pra que isso? Sempre falei palavrões aqui, dane-se!), continuando,  de olhar pra toda merda que rodeia e rir dela, rir bem alto, pra que ela escute e tenha medo de mim e perceba que não vai ganhar fácil. E não vai mesmo, pois aprendi que tudo deve passar, que as pessoas devem mudar, evoluir, se reinventar, mas a vontade de ir em frente, de seguir deve estar sempre presente...sempre na frente (rsrsrsrs). E como sempre.. eu tenho dito!
-NayaraAlexandra.